Jongo Tambor de Machadinha (Quissamã - RJ)

Jongo Tambor de Machadinha (Fazenda Machadinha, Quissamã - RJ).

Não sou milho que me soca no pilão/ Todo dia buskbu-bum/ Todo dia buskbu-bum/Eu não sou daqui sou de lá/ Quem não tem canoa, passa vau/Chega no meio do rio toma pau


A mulher de saia preta/É desmancha prazer
Não come, não bota fora/E nem deixa o outro comer


Lá em Campelo não tem vaca e não tem boi
Conta esse causo que ela sabe como foi
Campelo novo que chegou lá de Aruanda
Pegou bezerro filho dava prá demanda


Em Machadinha não é vila nem cidade/ Nunca vi lugar pequeno prá ter tanta novidade/
“Olha Quissamã é uma vila/Mas agora virou cidade/Quissamã era uma vila gente/Mas agora virou cidade/Eu nunca vi lugar pequeno, tão cheio de novidade”


Joguei no burro e no boi, eu perdi foi meu dinheiro...
(antigo ponto de Maria Julia, não está completo)


Burro não cai, quem cai é dor,
Burro não cai, quem cai é dor,
No caminho de minas, burro não cai, quem cai é dor...


“Olha a Machadinha, terra boa/ Machadinha terra boa, cidade do meu coração/(de novo)/ Machadinha terra boa, cidade do meu coração/ Foi lá que nasceu meu pai, nasceu minha mãe, nasceu meus irmãos/ Foi lá que nasceu meu pai, nasceu minha mãe, nasceu meus irmãos”


“Ah, me dá licença, gente/ Ah, bate no tambor gente/Responde no condum, a ie e
Eu vou cantar, gente/Me dá licença gente”


“ah bate no tambor, ô bate na toada/Se não gente de fora sai fazendo caçoada/ Oi samba nêgo/Ô branco não vem cá/E se vier, pau vai levar/Mas esse nego é nego olha lá/   Bota muleque nego devagar/Ô tiririca/Faca de cortar/Ô não me mata/Nego de sinhá/Mas esse nego é meu olha lá/Bota muleque nego devagar/Samba nego/Branco não vem cá/E se vier/Pau vai levar”
Samba nego/Branco num vem cá/E se vier pau vai levá/Esse nego meu, olha lá/Bota mão nesse nego devagá/Tiririca, faca de cortá
E não me mata nego de sinhá/Mas esse nego é meu, olha lá/Bota mão nesse nego devagá
Samba nego/Branco num vem cá/E se vier pau vai levá/Tiririca, faca de cortar/E não me mata nego de sinhá


“Aí nós cheguemos de viagem, mas que eu vim tomar a bença/Mas nós temo chegando de viagem, mas que eu vim tomar a bença/ Eu quero cantar esse jongo/ Na cidade de Valença”


“Mamãe disse pra papai/ Mamãe disse pra papai/Que eu já namorava bem/Mamãe disse pra papai/Que eu já namorava bem/Mamãe quando foi criança/Namorou papai também”


“Olha tambor morre/Não morre não
É por nossa senhora de Conceição/Tambor morre/Não morre não/É por nossa senhor de Conceição”


“Me dá licença pra eu correr seu corpo inteiro,/pra ver se tem vergão do tempo do cativeiro”


“Aonde tem moça bonita/ Aonde tem moça bonita, mas mulher velha que [incompreensível]/ Com vestido tão bonito e a cara cheia de prega”


“Avisa a mulher em casa, que eu hoje não posso ir/ Avisa mulher lá em casa que hoje eu não posso ir/Avisa a mulher lá em casa que hoje eu vou ficar aqui.”


“chorei, chorei, chorei, chorei/Mas porque tinha de chorar/Chorei, chorei/Mas porque tinha de chorar/Gavião comeu meus louro e lá dentro do pomar”


“Ainda ontem eu fui na arureira
Ainda ontem eu fui na arueira
Fui a cavalo, voltei a pé
Arueira, arueira, arueira se deus quiser
Arueira, arueira, arueira se deus quiser”

VARIAÇÃO
Eu ontem fui na arureira/ fui de trem e você de pé/ eu ontem fui na arueira/ fui de trem você a pé/ arueira, arueira, arueira se Deus quiser



“A minha mãe me deu uma coça/Minha mãe me deu coça/ Pelo mal costume que eu tinha
comia com o rei na mesa/ Piscar o olho pra rainha”


“uma vela inteira não me alumeia/Ô cotoco de vela qué luminá/Vela inteira não me alumeia/Ô cotoco de vela qué luminá/Vela inteira não me alumeia/(a gente ia)/Cotoco de vela qué luminá”


“A benção tia Luzia, a benção tio José, eu vim cantar esse jongo na cidade de Macaé”


“É são, é são, é são, é são, me dá licença pra cantar neste parque de exposição”


... “ô seu Chico Almeida, eu não quero o seu dinheiro, eu quero que me dá licença pra brincar no teu terreiro”


“Ô sai cinza ê, sai cinza, ô sai cinza ê, sai cinza... quando ajunta dois canários no terreiro sai cinza”


“Ah, eu não gosto de cantar/ Mas no lugar que tem Maria/Apanhar nome dos outro meu jongueiro/Pra fazer judiaria”


“Ai meu cachimbo tá no toco, manda o moleque buscar/Ai meu cachimbo tá no toco, manda o moleque buscar/Na casa de [ ]  meu cachimbo ficou lá/Eu to, eu voltando vou cá,
Na umbanda, meu cachimbo ficou lá”


Eu estava lá bem sentado, mas as crianças me chamaram/Papai dormindo na serra que tira ponto e não erra (???)


“A benção do pai, a benção,/Meu filho pra onde vai?/A benção, meu pai, a benção,
Meu filho, pra onde vai?/Eu vou pra terra das moças porque as velhas não quero mais”


“Olha menina, quando tu for,/Olha menina, quando tu for,/Tu me escreva pelo caminho,/Se não usar papel, nas asas do passarinho/Na boca faz o tinteiro/No dedos letra fina/Tu jogas carta fechada”


“Ah, nêgo velho prá quê quer mulher? Deita na cama fedendo chulé/Ah, nêgo velho prá que quer mulher? Deita na cama fedendo chulé/Ôoo , nêgo velho prá que quer mulher?
Nêgo velho só sabe cantar Machadinha é meu lugar”


“Deu meia noite o galo já cantou, eu quero ver Maria, dando saca no tambor
Deu meia noite o galo já cantou, quero ver Maria, dando saca no tambor”


“Cundê, cundê, cundê cundê, eu não to prá fazer roça pros boi dos outro comer”


O galo e o pinto foram dormir no puleiro, o galo conhilou e o pinto pulou primeiro


“plantei capim, ô lele nasceu guiné, plantei capim ô lele nasceu guiné... catacumba pegou fogo, difunto chamou no pé”


O cemitério novo... cemitério novo... catacumba de quem é... cemitério pegou fogo, defunto chamou no pé”
(variação de M. Garaúna)


“Ai, ai, ai, oi, oi oi/Eu sou um negro escravo
Que trabalha pro senhor/ “Eu vi terra distante/eu vim de terra minha,
hoje eu sou quilombola da fazenda Machadinha”
[repete refrão]


“TOCO CRU pegando fogo lá no canavial”
Toco cru pegando fogo no canavial /Oh! No canavial /Toco cru pegando fogo No canavial.


“Machadinha ê, Machadinha á... / Eu vim de longe, aqui é meu lugar/ (repete)/ Saí daqui menino/ andei no mundo inteiro/ Cheguei agora com tropa de mineiro/Cheguei minha gente, vim pra ficar/Não vou embora, pois aqui é meu lugar/Quando eu saí, quem mandava era fazendeiro/Agora é o prefeito, senhor Armando Carneiro”


“Não deixa o tambor morrer,
Ó gente não deixa não,
É nossa cultura e não pode morrer não
Você gostou daqui, pode ficar então,
Temos as senzalas e a casa do Barão,
Machadinha ê (...)”


“A nossa escola está bonita” – é batida no ritmo de jongo –“Está toda arrumada, o nome dela é em homenagem, à nossa saudosa Zada”
para os que são da terra, que veio de longa estrada com carinho a chamava a nossa saudosa Zada... o nome da nossa escola, para nós não é segredo, ele só é um pouco grande Felizarda Maria da Conceição de Azevedo”


“Oleleleo, oleleleoa, Sou de terra brasileira, aqui é meu lugar, (repete), Somos mistura de raças, da cidade de angola, viemos pro Brasil, nos tornamos quilombolas. O nosso Brasil brasileiro, terra onde eu nasci, prestamos nossa homenagem ao nosso herói zumbi” [repete]


“Aêêêê...  aê sou negro” – aí as crianças no chão, a roda no chão - Aêêêê...  aê sou negro, eu sou negro, eu sou negro, estou aqui, eu vim de terra estranha do quilombo de Zumbi. Eu sou negro, eu sou negro, eu sou negro, estou aqui, eu vim de terra estranha do quilombo de Zumbi. Vim de longe, minha gente, da terra de Angola, quando cheguei no Brasil, me tornei quilombola, Eu sou negro, eu sou negro, eu sou negro, estou aqui, eu vim de terra estranha do quilombo de Zumbi [repete]. O negro está no Estado (?) demonstrando o seu valor, conseguiu se libertar da chibatada do senhor [repete refrão] nós povo brasileiro, terra de raça e de preça, por isso que 20 de novembro é o dia da nossa consciência [repete o refrão]”


“adeus, adeus, que eu vou embora, fica com deus e Nossa senhora”

VARIAÇÃO
”Encontrei 3 velas acesas no morro da piedade, quem manda mulher é homem, de mulher não se faz vontade”


“tudo isso aconteceu, no tempo do fogão à lenha [repete], agora tudo mudou, com a lei da Maria da Penha”


“a mamãe eu tenho , ah, mamãe eu tenho dó, quero ver o galo preto apanhar do Carijó”


“Tem, tem, tem, eu já mandei buscar, o lampião de bico ô crioula, ferro de engomar”


“O branco aprender a dançar de preto, o branco aprender a dançar de preto [repete] abana o lencinho que eu te dei, cumadre Maria, abana o lencinho que eu te dei... [repete]...”


“Eu vim aqui, não vim fazer desordem, vim buscar minha mulher que saiu sem minha ordem”


Eu te dou 20 cruzeiro pra tirar 2 e trezentos, vc tem que me voltar 17 e setecentos


“joga a enxada fora, o cativeiro acabou... Eu tava dormindo, a princesa me chamou, joga a enxada fora, o cativeiro acabou”...
Eu tava na janela/ a princesa me chamou/ joga a enxada fora/ o cativeiro acabou


“Olha Piaba ô Le Le piaba
Olha piaba ô lele piaba
Respeita seu Tobias que ele é papai da barra”


“Vou subir no pé de jambo, para ver se está maduro/ Vou subir no pé de jambo, para ver se está maduro,/Você quer, eu também quero, vamos dividir no meio”...


Quando jongava angoma puíta, candongueiro tambu caxangu, Senhora Santana/ eu sou jongo/ meu santo antonio/ meu são josé/ cacurucá eu vou/ pelejando eu vou/ mas não posso morrer/ ê ê ê/Salve o Rosário/, ê ê das santas almas/Benditas/ êêê e Salve todos os jogueiros/quando eu cantava os cruzeiros das almas, meu povo bantu


“Dá carneiro coberto de lama
Senhor é que fica até amanhã”


Lá no mato tem o pau/ quem corre com machadeiro/ meto machado ô lele/ tira cavaco inteiro


Lá no mato tem um pau que canta na sericor/ que canta e vai dizendo/ ó mamãe, liquinha já vai embora


Dá licença sapucaia/ dá licença sapucaia/ olha, vamos dar o viva a seu Gilberto/  Olha vamos dar o viva seu Gilberto/ pelo dia de hoje vamos dar o viva seu Gilberto


“quem matar o boi/ o mocotó é meu/ e pra pagar (  ) que este boi me deu/ que este boi me deu”


Eu matei o boi/Mocotó é meu/ Pra pagar o coice morena/Que esse boi me deu. (Dissertação Ricardo)


“(...) e tava torto, a raiz endireitou... aqui não tem, aqui não há, um galo como meu no terreiro de iá ia”


“Tambor, tambor/ tambor, tambor/ Vai buscar quem mora longe/ Foi Arnaldo quem mandou


“Valeu Piquete, o encontro fez tremer/ Dessa cidade nunca vamos esquecer”/[hesitação] mantemos o jongo... não... não sei que lá é da nossa tradição/“É a nação jongueira defendendo a tradição”


“a gente não quer casca de coco no terreiro pra não lembrar o tempo do cativeiro”


“quando galo canta, as almas se levantam...
ave, ave a ave Maria; quando o galo canta, as almas levantam, à ave, ave a ave Maria;
Ave maria cheia de graça
o senhor é convosco bendita sois vos entre as mulheres bendito é o fruto e do vosso ventre nasceu Jesus.


Pau rolou, caiu/ Foi na mata, ninguém viu
Chama poeira de pau


Trabalhei numa fazendo que não tem trabalhador, perereca corta cana ,marimbondo é moedor... Trabalhei numa fazenda tem vergonha de contar, canjiquinha no almoço ,pela egua no jantar..


Vem cá, Roxinha, ajuda eu cantar, deu meia noite, deu meia hora, tambor de Minas divisor com carangola.


Ô minha mãe é uma sereia/ mora no fundo do mar/ eu também sou filho dela/ ai meu deus do céu/ moro no mesmo lugar


Estava sentada na pedra fina/ o rei dos índios mandou chamar/Caboclo índio, índio africano
Caboclo índio do Juremá


Ai que moça bonita chegou agora
É de santa Luzia/ É de Carangola


Eu vim da cidade/ dançar benbenguê/ quem nunca me viu que venha me ver Êe, Eá, quem nunca me viu, que venha me ver/ Ee, Eá/Fui pra Bahia/ Voltei pra cidade/ brincar bendenguê/ Quem nunca meviu/ que venha me ver/


Tambor de Machadinha/ já foi muito bom/ Depois da poeira/não presta mais não


Eu fui em Vista Alegre/não achei tambor/ Tambor não tem (?)/ Eu fui em Palmeira/ não achei tambor/ Tambor não tem (?)/ Eu fui em Palmeira/ não achei tambor/ Eu fui em Machadinha/ não achei tambor/ Tambor não tem/Eu fui em Mandiquera/não achei tambor/ Tambor não tem (?)/ Tornei a voltar não achei tambor/ oi tambor não tem (?)


Eu tenho uma toalha /Rendada de bico /Cada laranja /No chão tico-tico.


O santa cruz é ouro em pó/ Cidade de Campo é mais maior.


Dá licença eu Sapucaia/Dá licença eu/Dá licença eu Sapucaia /Dá licença eu.


Bate no tambor /Bate na toada
Senão o povo de fora /Vai fazendo caçoada.


Biriba não come /Biriba não bebe/Quando chega meia-noite
Biriba ta com febre


A cobra não em pé/A cobra não tem mão /Como é que a cobra sobe No pezinho de limão?


Eu sou morador de Trindade/Fui morar lá na Penha/O tambor de lá de casa /Já foi pro fogão de lenha.


Tava dormindo Vladimiro me chamou, Cadê Jandira/Foi dar saca no tambor


Quando eu cheguei aqui nessa cidade
Eu avistei a torre da igreja
Mas que beleza
Nossa Senhora sej a nossa guia


Tá caindo flor
Tá caindo flor (repete)
Lá no céu, lá na terra ê!!
Tá caindo flor



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