Jongo de Lagoinha - SP

Pesquisando e conversando com alguns senhores de nossa cidade, ouvindo suas histórias
pudemos conhecer um pouco do que era a Roda de Jongo. Despertou-nos a vontade de
resgatar mais esta tradição, que era forte em nossa região.
Em agosto de 2002, houve em nossa cidade uma pequena festa do folclore, onde o Grupo
Raiz fez uma apresentação do Jongo e, incentivados por alguns conhecedores do que era
o Jongo, decidimos então levar isso adiante.
Os pontos (versos) adotados pelo Grupo são:
Ponto de abertura: para iniciar a roda de Jongo, saudar os festeiros, convidados, etc.
Ponto de visaria: para se divertir, alegrar dos demais, etc.
Deixando de lado o ponto de gurumenta, que era usado como uma disputa, um desafio
para saber quem sabe mais e quase sempre acabava em brigas. E também o ponto de
encante, que vai mais para o lado da feitiçaria.
A Roda de Jongo é dançada no acompanhamento de dois tambores: o tambor grave
chamado tambú, e o tambor agudo chamado candongueiro, e alguns participantes
acompanham dançando no ritmo dos tambores.
Os versos são improvisados, porém como manda a tradição, muitas vezes encobertos,
podendo ser um elogio, uma brincadeira, uma saudação, etc. Quando um jongueiro canta
um ponto (verso), os demais repetem a última frase. Se outro jongueiro quiser cantar
outro ponto, deverá interromper seu companheiro colocando a mão no couro de um dos
dois tambores e gritar a palavra “cachoeira”. Nessa hora os tambores se calam, e o ponto
cantado e a dança páram, para que seja cantado um novo ponto e assim por diante. O
Jongo é apresentado nas festas mais tradicionais de nossa cidade como por exemplo:
Festa do Divino, Festa de São benedito, Festa do Folclore, etc.
O grupo Raiz de Lagoinha é composto basicamente por 16 componentes.
Os líderes do Grupo de Jongo são: Ricardo José Gouvêa, Rosa Maria Landim Gouvêa,
José Roberto Landim e Amarildo Pereira Marco. (Ricardo José Gouvêa)


Solista:
Boa tarde senhor jonguero, boa tarde pro povo que aqui está
Nói tamo na boa fé, e nói viemo pra brincar
. . .
Solista:
Oh sinhô jonguero, terra boa é Guará
Vizinho de Nossa Senhora, tudo que se planta dá
Vizinho de Nossa Senhora
Coro:
Tudo que se planta dá
. . .
Solista:
Oh amigo jonguero, eu também agora vou falar
No meio de peixe grande, o lambari qué bilisca
Solista:
No meio do peixe grande
Coro:
Lambari quer beliscar
. . .
Solista:
Oh irmão eu sai de casa, fiz minha oração primero
Estou aqui com muita alegria, pra saudar senhor jonguero
Solista:
Estou aqui com muita alegria (muito contente/feliz/Que
beleza)
Coro:
Pra saudar senhor jongueiro
. . .
Solista:
Oi viva quem já cantou
O rei e a rainha
Mas eu quero dançar
Com minha mãe Marinquinha
Solista:
Mas eu quero dançar
Coro:
Com minha mãe Mariquinha
. . .
solista:
O amigo jongueiro
É mais ou menos de repente
Os menino tão apanhando
Mas os meninos tão contente
Solista:
Os meninos tão apanhando
Coro:
Os meninos tão contente
. . .
solista:
Oi meu Deus do éu
Levante da cadeira e venha ver
Este salão
Corre água sem chover
Solista:
Este salão
Coro:
Corre água sem chover
. . .
solista:
O amigo jongueiro
Você falou e tá falado
A água que tá correndo
É emoção dos antepassados
Solista:
A água que está correndo
Coro:
É emoção dos antepassado
. . .
Solista:
O amigo jongueiro
No voar cheio de panca
Como é bonito ver
O vôo da garça branca
Solista:
Como é bonito ver (no voar cheio de panca)
Coro:
O vôo da garça branca
. . .
Solista:
O meus irmão
Veja só como é que é
Desafora do tatu
Cavoca chão pra tirá mé
Solista:
Desaforo do tatu
Coro:
Cavoca o chão pra tirá mé
. . .
Solista:
A garça branca
Ela voa sobre a paia
A suas asa
Até a água espaia
Solista:
As suas asa
Coro:
Até a água se espaia
. . .
Solista:
O amigo jongueiro
Tá esquentando como fogo
Queremos deixar nossa saudação
Para o mestre Togo
Solista:
Queremo dar (deixar) a (nossa) saudação
Coro:
Para o mestre Togo
. . .
Solista:
Oi, meu Deus do Céu
Meu coração assim falou
Eu queria ver um verso
De quem primeiro aqui cantou
Solista:
Eu queria ver um verso
Coro:
De quem primeiro aqui cantou (pintou)

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